Fogo Estelar sobre Areia
Hunter: The Reckoning — 5ª Edição
Ano: 1990 — Deserto do Iraque
O céu queimava vermelho ao entardecer. O calor do Golfo Pérsico derretia até o aço dos veículos blindados, e os soldados americanos da 3ª Divisão de Infantaria olhavam para o horizonte com olhos secos e corações entorpecidos. A guerra ainda era “oficialmente contida”, mas todos sabiam que a tempestade se aproximava.
Entre eles, um grupo de seis veteranos de operações especiais — experientes, céticos, endurecidos. Eles foram enviados para investigar algo que os radares do Pentágono registraram ao norte de Basra: uma anomalia térmica subterrânea, seguida de interferência eletromagnética. Um satélite soviético caiu ali, diziam. Mentira.
Na madrugada, com equipamento limitado e ordens nebulosas, os soldados adentraram as ruínas de uma vila abandonada e soterrada parcialmente por areia. No subsolo encontraram um túnel de obsidiana, liso, não-humano. E no final... eles viram.
"A Coisa no Poço"
Ela flutuava, pulsando uma luz azul-cinza impossível de encarar diretamente. Não tinha forma definida. Emanava uma linguagem... não de palavras, mas de dor. Seus gritos não vinham dos ouvidos, mas das entranhas. Um deles arrancou os próprios olhos. Outro começou a recitar versículos bíblicos em aramaico — sem nunca tê-los estudado.
Dois morreram ali. Três enlouqueceram. Mas um ficou de pé.
E ele viu — eles viram — que o mundo era muito maior, mais sombrio e mais povoado do que qualquer general, pastor ou político jamais admitiria.
A entidade não os matou. Não precisava. Ela os marcou. E os deixou viver.
1991 — Nova York
Um ano depois, os sobreviventes se reencontraram. A guerra os dispensou, mas o horror os chamou de volta. Pesadelos em comum. Sinais. Marcas no corpo que se mexem sob a pele. E vozes.
Eles formaram a célula Echo-91. A caçada começou com cultos que veneravam o ser do deserto. Mas logo perceberam que não era o único. Outras entidades, outras forças — alienígenas, monstruosas, invisíveis — estavam infiltradas entre os humanos: nas ruas, nos prédios, nos hospitais, nas empresas.
A verdade? O inimigo agora está em casa.
A Crônica Começa...
Nova York, 1994.
A cidade nunca dorme — mas algo nela está sonhando.
E quando os sonhos se tornam realidade, só os caçadores podem impedir o despertar do horror.
Você é um deles. Sua arma é a verdade. Sua força é o trauma. Sua redenção... é sobreviver.